Joalheria de Arte
A joalheria da antigüidade era representada por amuletos. A contemporânea é orientada por símbolos culturais e poéticos, de acordo com os desenvolvimentos em todos os setores de arte que, por sua vez, provém dos processos de evolução do homem. Essencial na poesia, a metáfora é a linguagem das imagens. Símbolos e metáforas diferem, mas se interligam, ao evocar e narrar. Para se avaliar a estética de uma jóia, que lida com as questões das artes liberais, considera-se a essência do design, buscando por estruturas poéticas tanto na concepção, quanto na composição da peça, e por elementos metafóricos ou simbólicos significativos. Na joalheria, materiais alternativos são experimentados na medida em que reafirmam as intenções nas mensagens artísticas. A primeira grande mostra de jóias contemporâneas foi em 1961 no Goldsmiths’ Hall de Londres. Essa exibição deu impulso ao movimento de que o uso de recursos alternativos na joalheria não se traduz em insignificância artística. Verificava-se na época, quanto mais valorosa fosse uma gema, menos imaginativa e estética era sua cravação, visando fins lucrativos. Falta de ouro e outros materiais preciosos na Alemanha Oriental, fizeram com que seus artistas recorressem aos sintéticos e reciclados para compor suas peças, como ocorrera no período Art Nouveau e Déco. O surgimento de algumas galerias só para jóias de arte foi oportuno, coincidindo com a atribuição de qualidades formais a essa joalheria.
COLEÇÃO DE INVERNO 2008
Estação
Outono/Inverno 2008
Inspiração
Corpo. Máquina. Movimento.
Referências
Art decó. Indústria. Joalheria de Arte.
Conceito
Sob o título Maquinista, essa coleção ao primeiro instante parece ser apenas conceitual e nada usável no que se refere ao movimento dos corpos. Aparência errônea, que é mudada e esclarecida no momento da prova, quanto ao aparente desconforto e inviabilidade de uso no cotidiano é descartada e as potencialidades das peças se ampliam. Uma coleção avessa a formas repetitivas, ditas convencionais e à ostentação baseada apenas no valor material. "Às vezes um material ‘não precioso’ é muito mais precioso que um brilhante” (Miriam Mamber).
O tema “Maquinista” está associado ao poder que a pessoa tem de usar a peça (um brinco, um anel, uma pulseira, um colar...) de diversas formas e em diversos lugares do corpo, moldando anatomicamente e tratando o indivíduo que a usa como o maquinista da coleção.
O projeto Maquinista é composto por jóias longilíneas que se moldam ao corpo, em formatos geométricos, característicos do período Art decó, dando ênfase à proposta conceitual de jóia-arte. Jóias de prata com as gemas em ônix, granada e cristal com o design inspirado no conjunto de peças relacionadas ao funcionamento das máquinas: engrenagens, óleo, motores, entre outros.
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